"O Domingo Inesquecível: A Vitória do Antense Futebol Clube na Vila de Anta"
Naquele dia ensolarado de janeiro, a pequena Vila de Anta ganhava vida com a expectativa de mais uma partida do grandioso Antense Futebol Clube. O sol despontava no horizonte, banhando o campo com seus primeiros raios de luz. Os integrantes do time já estavam lá, meticulosamente marcando com cal os limites e divisões do campo, preparando-se para um domingo histórico.
Era o segundo domingo do mês, e a equipe ainda se regozijava pela vitória conquistada na semana anterior contra o Penhalonga. Aquele triunfo só foi possível graças aos três golaços marcados pelo habilidoso Teninha, um dos craques do time. Mas todos sabiam que o desafio que aguardava o Antense naquele dia seria ainda mais difícil. Os adversários seriam o Cotonifício Gasparian Atlético Clube, proveniente de Levy Gasparian da cidade vizinha de Três Rios, cujo maior rival era o Entrerriense.
No entanto, a confiança não faltava aos jogadores do Antense. Eles não estavam dispostos a facilitar as coisas para o Cotonifício, mesmo que este último tivesse vencido o primeiro turno do campeonato Citadino de Três Rios no ano anterior, acumulando 17 pontos em nove jogos, com oito vitórias e um empate.
A Vila estava em polvorosa. O domingo de jogo era uma festa em Anta, pois o entretenimento era escasso e o futebol unia a comunidade. O povo já se aglomerava ao redor do campo, sedento pela emoção que estava por vir. Os vendedores de refresco gelado já estavam lucrando, pois o dia estava quente, embora uma brisa suave viesse do Rio Paraíba do Sul, amenizando o calor. Mulheres e crianças também se faziam presentes, compartilhando o ambiente familiar e alegre. Era ali, diante do campo de futebol, que os pequenos desfrutavam dos famosos pirulitos de mel e limão produzidos com maestria pelo habilidoso Zé Rosa.
O time visitante chegou completo, trazendo consigo os mesmos jogadores que haviam disputado o campeonato Citadino de Três Rios no ano anterior. Homens como Maninho, Dão, Adão, Ilo, Nego Lima, Danilo, Toninho Dutra (Estevinho), José Soares, Toninho Lima, Paulinho e Zé Carlinhos estavam prontos para o embate.
Enquanto isso, o time do Antense também se preparava para a batalha. Paulo Sapo, Chiquito, Nononda, Caranguejo, Teninha, Adejar, Aloísio, Parode, Traíra, Zé do Buzico, Rubens, Romeu e Renê eram os nomes que compunham a escalação do time local.
O jogo começou e a Vila de Anta estava em festa. A torcida local vibrava a cada jogada, encorajando os seus guerreiros em campo. E, para alegria de todos, o Antense abriu o placar já no inicio do jogo. O placar indicava 2 x 0, e mais uma vez, o destaque foi o brilhante Teninha, que marcou os dois gols ainda no primeiro tempo. A energia contagiante das arquibancadas impulsionava cada jogada, cada passe certeiro, cada investida do Antense. A determinação dos jogadores era palpável, e eles entregaram tudo de si em campo.
No segundo tempo, o Cotonifício Gasparian diminuiu a vantagem com um gol do Zé Carlinhos, o que aumentou a tensão no estádio. Os minutos finais foram de pura emoção, com ambas as equipes buscando o gol que poderia mudar o destino do jogo. Mas o Antense se manteve firme, com uma defesa sólida e uma determinação inabalável.
Quando o apito final ecoou pelo campo, a Vila de Anta explodiu em júbilo. Abraços, sorrisos e lágrimas de felicidade se espalharam pelo “estádio”. O time local havia alcançado a vitória, superando um adversário de peso. O segundo domingo consecutivo trazia outra alegria para a comunidade apaixonada pelo futebol.
O Antense não apenas venceu o jogo, mas também exibiu um espetáculo de técnica e habilidade. Não houve necessidade sequer de mostrar cartões amarelos, pois os jogadores se respeitaram mutuamente dentro das quatro linhas. Até mesmo o Rubens, conhecido por sua impulsividade em campo, manteve a calma e contribuiu para a harmonia do jogo.
A celebração seguiu para a praça Vitorino José de Souza, onde a venda do Sr. Rogério se transformou no epicentro da comemoração. Ali, alegria e gratidão transbordavam, enquanto os torcedores festejavam com seus heróis em campo. Abraços apertados, canções de vitória entoadas em coro e lágrimas de emoção se misturavam no ar.
Naquele momento, a crônica da Vila de Anta ganhava mais um capítulo inesquecível. O futebol não era apenas um esporte para aquela comunidade. Era uma paixão que unia as pessoas, trazendo esperança, diversão e momentos de glória. O Antense Futebol Clube era o coração pulsante daquela Vila, e cada vitória era motivo de orgulho e felicidade.
Enquanto a noite caía sobre a Vila de Anta, a história daquele jogo memorável já começava a se espalhar pelos quatro cantos. Nas rodas de conversa, nos lares e nas memórias dos presentes, o dia em que o Antense venceu o Cotonifício Gasparian seria lembrado com carinho e saudosismo. E o espírito do futebol continuaria a iluminar aqueles corações, mantendo viva a chama da paixão pelo esporte e pelo amor àquela pequena Vila que, por um domingo, se tornou imortal.

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